Não vou mentir. Queria hoje fazer um belo texto de homenagem a um grande homem, mas o dia foi longo e agitado e o cérebro não pode mais do que aquilo que vai sair. Li pela segunda vez um livro sobre esse grande homem, e terminei-o há dias. No final das páginas as lágrimas cairam-me, a mim que sou adversa a elas, pela coragem com que lutou contra a doença, pelo sofrimento que lhe causou despedir-se de algo que ele amava, a vida. O homem de que falo faz parte dos meus poucos mas valiosos ídolos, e é conhecido como o capitão Salgueiro Maia. Foi ele que deu origem a uma revolução sem sangue, que nos livrou duma ditadura maldita, um fechar de boca e de liberdades incalculáveis e nas quais eu não saberia viver. Ou viveria, presa numa qualquer cela, sem conseguir expressar tudo o que ia pela minha cabeça. Essa é cada vez mais a minha forma de viver, não nos vale de nada não dizermos aquilo que nos vai cá dentro, à excepção dos proibidos sentimentos que só cabem ao coração. Ele era um militar
Uma menina crescida. Uma mãe. Uma sonhadora. Uma analista disto e daquilo. E os devaneios de todas elas!