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A mostrar mensagens de fevereiro, 2015

Natureza desnutrida

Não podem pedir que renegue a minha natureza Aquela que um dia estava adormecida e, de repente, sobressaltou no silêncio da noite e susurrou ao ouvido, "sim, também tens direito a sentir essa magia". Não é aceitável prescindir do que o corpo pede A realidade nua e crua sacode para a vida, sem pedir licença Ditando que amanhã será igual a hoje, sem ter o que a natureza me faz sentir e pedir. Olho para a direita e sei que tenho de seguir, há outras assim Viro para a esquerda e caio por terra, desgostosa do meu destino, do que escreveram para mim Olho em frente e nada vejo, assola-me o medo e escondo-me. Ninguém ouve, ninguém lê nos meus olhos a tristeza, desolação, o vazio Ou não querem saber, Ou acham que é melhor não dar importância para não me fazer sofrer ainda mais. E o que faço com isto? Com este sentimento de repulsa da vida? Sou mulher, quero sê-lo na sua mais gloriosa amplitude. Sei que não posso. E o que faço com esta impotência? E o que faço com esta solidão

E, de repente, já passou..

Dizem que são 24 A cada anoitecer sinto como se fossem miséros 2 e meio dos mais pequenos As folhas dão lugar a um novo dia e o outro sem saber como passou A vida que gostaria de ali ter vivido e que ficou Os sorrisos, os sonhos que ali teriam lugar e que não existiram. Tudo passa demasiado a voar Apenas com a sua rapidez mas escasseia a sua liberdade Começa a ser tempo de estreitar O desperdício dos tempos mais tristes Começa a ser tempo de engordar A vida, os sonhos e projetos, aquilo que nos faz feliz. Os amigos, os familiares, o cão e o gato sempre sem a nossa presença O nosso tempo, a nossa vida, apenas com o nosso coração e pensamento. Mas e depois? Da vida não podem apenas ficar memórias do que estava no pensamento. Esvaí-se rapidamente. Não ficam as memórias. Não ficam os sorrisos em silêncio imersos nas boas recordações de momentos. Fica apenas o vazio de dias e dias que passam, sem tempo para passar tempo com os que habitam o nosso coração. Perdoem-me o