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Mensagens

A mostrar mensagens de fevereiro, 2014

as casas são ocupadas pelas pessoas

Há 11 milhões de casas desabitadas um pouco por toda a Europa! Números assustadores porque me parecem suficientes para serem habitadas pelos milhões de sem-abrigo que abundam um pouco por todo este continente. Estas são notícias que mecausam alguma insensatez mental porque não entendo a letargia de países paupérrimos, como o nosso, ao ter casas vazias de humanos não as podem ocupar com os mesmos, muito esquecidos por todos nós! Enquanto escrevo isto confortável na minha casa, tenho a noção que sou uma privilegiada porque estou confortavelmente sentada e tenho uma cama quente à minha espera. E tantos que não têm nem metade do que tenho. E ensinaram-me que todos temos os mesmos direitos - habitação, cuidados de saúde, educação, amor, conforto - e já não sei se me ensinaram bem ou se o mundo está virado do avesso. Tenho noção que é a segunda opção que está correta mas sinto um nó gigante na garganta! Amanhã posso ter um mundo e realidade Mais justos? Sim? Obrigado.

cegonhas e a A25

Os humanos não entendem, definitivamente, os animais. Sobretudo as pobres cegonhas que, há muitos anos se albergam para os lados da A25. Por considerarem que era mais seguro para os condutores mas também para os animais voadores, a Ascendi resolveu mudar-lhes a morada, para um local mais seguro mas também mais cinzento e aborrecido. Haverá melhor local para viver e educar os filhotes do que próximo do perigo? Não há melhor educação além da preventiva: "aquilo é o que te pode acontecer caso não tenhas cuidado e não ouças aquilo que te digo". Isto digo eu que não sou cegonha e nem cheguei a este mundo no bico de uma... mas teria sido engraçado! Hoje se passarmos pela A25 já vemos os animais voadores a fazerem os ninhos, animadas com o sol e novas vidas que surgirão do alto das traves que ladeiam aquela estrada. É uma visão bonita, quase de comunhão com a natureza mesmo rezando para que os paus que transportam não caiam em cima de nenhum automóvel. Elas, suponho, já por ali

uma nova cor para a liberdade

Quase que já passaram 40 anos desde um dia em que, irmãos portugueses bravos e com esperança, quiseram mudar o mundo. Ou o nosso mundo. Apareceram de armas em punho, mentes pacíficas e sonhadoras, a acreditar que era possível lutar por uma vida melhor. Uma realidade onde a liberdade, igualdade e democracia fossem os baluartes de todos os minutos e segundos da nossa existência. Hoje parece-me um sonho. Um sonho deles, concretizado há quatro décadas, e que não soubemos interpretar. Jorge de Sena disse um dia, "nao quero morrer sem ver a cor da liberdade" mas temo que tenha de continuar a viver com um cinzento a espelhar aquilo a que chamam liberdade. Porque liberdade não é libertinagem, nem egoísmo, individualismo. Liberdade é união, mãos dadas, objetivos comuns e luta incessante de todos pelos mesmos. Estou a pagar uma crise, pela qual julgo não ter contribuído. Mas estou a pagá-la de uma forma civilizada, mesmo participando em lutas nas ruas mostrando o meu descontentamen

Ucrânia, Síria... o resto do mundo

Andamos todos preocupados com a chuva que não cessa de cair por terras lusas. Com a crise, impostos, subida de preços mas parece que ninguém atenta à realidade além fronteiras. Na Ucrânia há dias e dias, realidades que nos são adversas como país pacífico que habitamos. Muito se defende na Ucrânia, uns para um lado e outros para outro. Fora da Ucrânia, aqueles que estão inertes à sua realidade também não estão quietos e tomam decisões que nos passam ao lado. É preocupante porque a Ucrânia está completamente alheia às nossas preocupações tal como à da maioria dos meios de comunicação. Não é positivo. Não gosto. Tal como não gosto de desconhecer a realidade da Síria. Será que um dia iremos olhar para os lados e não apenas para a nossa frente?

uma palavra para sorrir

E quando se chega ao fundo de um caminho que sempre evitamos? Num percurso cheio de dúvidas, pedras aguçadas, pensamentos menos positivos, desconfianças, perda de amor-próprio, lágrimas e algum desespero. Evitamos ao longo da nossa vida percorrer esta estrada. Desviamo-nos amiúde, saltamos para outro caminho quando os dias assim nos permitem mas a dada altura não há hipótese de escapar, já caminhamos há muito por este caminho sem percebermos a sua perigosidade e agora não dá para recuar. Sorrir não é fácil. Chove lá fora. O silêncio que os ouvidos não querem ouvir impera. O turbilhão do falatório sem importância ecoa na cabeça que prefere não pensar. Como sair daqui? Preciso sair daqui. Respirar. Ser feliz. Ter noção do que é viver, aprender, crescer e ser feliz. Dedicar-me de corpo e alma ao que mais quero fazer e não mo permitem neste local que não clama por mim. Dos que o habitam e não respondem às minhas expetativas. Do ar que me expulsa de cada sala que existe. Dos passos de

(para sempre) Love you like in poetry

Blind Zero. Fizeram vinte anos no meu mês, a 29.  Conheci a banda numa qualquer queima das fitas de Coimbra, não sei exatamente o ano mas lembro-me tão bem daquela hora e meia de concerto que é como se o estivesse a reviver agora. Talvez por isso seja tão estranho pensar que já passaram tantos anos. Big Brother e o Recognize ainda soam na minha cabeça como naquela noite. Por alguma razão que me escapa agora, estava nas grades à espera dos James julgo eu, e fiquei irritada quando me dizem que ainda viria uma banda oriunda do Porto. Nenhum dos meus amigos conhecia muito bem, fazem-me acreditar que irei gostar porque era rock semelhante aos Pearl Jam. Não acreditei e pensei seriamente em sair daquele lugar magnífico mesmo em frente ao palco para não ter de levar com mais moche e música desconhecida. Mas estava curiosa e ainda não totalmente esgotada dos encontrões e lá me aguentei em cima das grades, felizmente! No pouco silêncio da noite e numa imensidão de escuridão entram