É com isto que fico verdadeiramente frustrada e fora de mim. Milhões a serem gastos nisto e naquilo, alguns com lógica e com ganhos evidentes no futuro, outros gastos estupidamente só mesmo para uma obra sem sentido. Há uma semana atrás li que num Hospital de Lisboa já é considerado normal aparecerem CRIANÇAS (e coloco em caps porque é bastante relevante) subnutridas e com fome. E hoje leio que cerca de 200 famílias de pescadores e respectivas famílias da Costa da Caparica, também passam fome. Sendo todos suficientemente orgulhosos para não se queixarem, ao contrário daqueles que chupam as casas de borla dadas pelas autarquias, na maioria corruptas, espalhadas por este país.
É muito revoltante viver num país onde constantemente ouço falar de fome, de uns e outros, e de fartura de uns e outros, a viver lado a lado. Uns que não tem de se esforçar, apenas ter cara de pau para pedir aquilo que não merecem ou que até o mereciam pelo seu trabalho que não realizam, e a lástima de nada ter de outros que por culpa das adversidades nada têm para comer. Não sei o que andam as assistentes sociais deste país a fazer, a ganhar uns trocos por fora com certeza, mas que não semeam a justiça pelos mais necessitados disso não tenho dúvida.
Não venham os críticos dizer que a culpa é única e exclusivamente do governo, do primeiro-ministro ou de um outro qualquer ministro. A culpa é de todos nós que temos a realidade à frente dos olhos e preferimos ignorar e olhar para um lado mais agradável. Quem me dera que ainda existissem os sonhadores dos capitães que fizeram o 25 de Abril, e sonhavam com um país mais justo e livre, sem grandes diferenças (porque inevitavelmente elas haverão sempre...).
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