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Síndrome de uma Sexta-feira em casa

É estranho. Em dois dias, duas conversas semelhantes. O mesmo tema, as mesmas conclusões, os mesmos conselhos. O mesmo ponto de partida e de chegada. O mesmo travão e as mesmas linhas orientadoras da estrada a seguir. Não cansa mas faz sorrir. Pela paciência, por perceber que pelo menos uma das conversas foi planeada antecipadamente. É bom sentir que ainda há quem consiga entender o que nos vai cá dentro pelo nosso olhar, pelas nossas palavras mais azedas, pela semana cheia de mau humor. Nem sempre mas maioritariamente!

Não querer ter vida própria parece ser um empecilho para muitos. Às vezes sabe bem mas em excesso, cansa e mói. Os que estão à nossa volta ficam preocupados com a inércia e abanam aquilo que resta de nós, tentando em vão, despertar o que ainda soa no interior. Nem sempre há alguma coisa. A maioria das vezes apenas resiste um vasto espaço, ansioso por ser preenchido mas exigente em deixar entrar o que quer que seja.

Muitas vezes sinto ganas de prolongar certos momentos. Parar o relógio e deixar a conversa fluir. Outras apetece abrir um buraco e desaparecer para sempre. Em ambos os casos, há razões que pesam. Umas visíveis e permanentes, e outras mais ausentes mas igualmente com peso no coração. Há tanta coisa distante que o meu amor não esquece. Não fazem parte da minha vidinha neste momento, e isso é o mais importante, o que deve ser ponderado e contado de todas as vezes que me lembro do não palpável. Do que não está e não deve ser tido em conta, mas simultaneamente nunca deve ser esquecido porque continua fazendo parte da história rasca que constitui a minha vida.

Pelos vistos ter uma vidinha supõe tudo isto. A interiorização de objectivos e lutar por alcançá-los. Mesmo quando acreditamos que não vamos conseguir. E eu,no meu pessimismo crónico, não duvido disso mesmo. Sei que o inverso é o mais acertado e o que deve ser feito. Vou trabalhar para isso. Mudar-me. A mim e ao que está aqui por dentro. Não acredito que deixe o cepticismo de lado, o gostar de pessoas autênticas, o cheirá-las à distância, o acreditar de que as namoradas dos meus amigos podiam ser melhores, o colocar defeitos em todas os/as amigos/as dos meus amigos, o eu ser melhor. A perfeição nunca foi um defeito, e moldá-la ao nosso ser é uma virtude. Para o bem e para o mal.

Maldita Sexta-feira, 13, que me fez ter estes pensamentos e, pior, passá-los para aqui. Para a próxima prometo uma boa notícia, e uma ode a todo o meu ser...!

P.S.: Fotografia de Paço de Arcos, numa altura em que vivia a 2 minutos da praia... Saudades do mar, do silêncio, da praia, da areia e de tudo o que sentimos em locais paradisíacos :)

Comentários

Edgar Caetano disse…
remeto os caros leitores para o hi5 da senhora dona proprietária, onde coloquei o meu comentário a esta barbaridade!

juízo nessa cabeça, menina! eh eh
Mooncry disse…
:P o hi5, essa grande página!
Vou tentar (!!) ter juízo, senão vais ter de vir cá dar-me nas orelhas ;)

P.S.: Tem estado um sol fantástico por estas bandas e o Botânico deve estar fabuloso...então a casa de banho ui ui (ahahah remember?)! Até um dia destes... em Lisboa :)

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