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Onde pára o amor?

Já não há paciência para este caso! E não, não estou a falar do rapto de Madeleine, mas sim do outro grande caso mediático dos últimos tempos! O sargento Luís Gomes e a menina Esmeralda, que por acaso não tem este nome na sua certidão de nascimento. E questiono se o terá, ou poderá ter, no seu bilhete de identidade. Leis... parecem não existir em Portugal!

A "última" desta história é a tentativa de proibir os encontros dos pais biológicos com a criança de cinco anos. Porque, segundo dizem, e atesta um pediatra contratado, a criança anda bastante nervosa e agitada, até tem de tomar Valdispert (quem conhecer o "calmante fortíssimo" acha certamente muita piada!). E obviamente, esse comportamento desviante só pode ter como causa o seu pai ou a mãe, biológicos. Não sei como, mas tenho a certeza que também isto eles irão conseguir dos tribunais (tal como a libertação do sargento, a liberdade da esposa, permanecer com a criança, etc.)! A razão?... não consigo entender ou prefiro não o fazer!

Já aqui disse o que penso acerca deste caso:
  1. a mãe desta criança era uma prostituta porque só isso justifica que ela estivesse sentada à beira da estrada numa cadeira ( a própria contou-o numa entrevista para a SIC)
  2. obviamente que o pai da criança não acreditou que ela estivesse realmente grávida por desconfiar que a suposta mentira era tão conveniente (ela era emigrante... não seria ideal engravidar dum português e quem sabe, casar-se com ele?)
  3. ela não foi dada, como classificam, mas sim vendida. E neste ponto não tenho muitas dúvidas, apesar de não ter dados concretos que o provem!
  4. se o sargento e a mulher quisessem adoptar uma criança deveriam tê-lo feito através dos procedimentos normais (aguardar anos como todos os casais que anseiam por ter um filho)! Se não o fizeram, deviam tê-lo feito, pelo menos, em termos legais. Assim sendo, não se justifica que não sejam acusados de rapto!
Não sei até que ponto eles podem ser bons pais. Nunca deixaram que os pais biológicos a vissem, a não ser agora. E julgo que o fizeram porque foi ordenado veementemente pelos tribunais. Tal como os conselhos fortes da juiza que lhes disse que deveriam pensar naquilo que seria melhor para a criança e não para eles! Mas disto a comunicação social não fala... não! O sargento entrega um requerimento para proibir as visitas porque a menina anda nervosa (talvez ansiosa seja o melhor termo!), e todos os meios de comunicação quase que apoiam o feito.

Para mim é óbvio. Tudo está idealmente preparado para a história acabar com um final feliz para o casal. A menina ficará sempre ansiosa, ou não tivesse apenas cinco anos e não entendesse tudo aquilo que se passa à sua volta. Se já nas nossas cabeças a história é muito confusa, imaginem na cabeça de uma criança a quem o mundo lhe está a fugir de debaixo dos pés a cada dia que passa. É incompreensível que eles não entendam que a criança precisa, esta é a palavra, dos pais verdadeiros. Porque é algo natural, com o qual ninguém consegue lutar e mais cedo ou mais tarde ela vai entender isso e sentir-se-á tristissima por não ter junto dela quem a gerou. Acredito que adore o sargento e a esposa porque foram eles que estiveram sempre com ela desde que nasceu, mas deve haver espaço suficiente dentro do coração dela para amar mais umas pessoas. E que pessoas! Os pais...!!

A questão fulcral é: Será que esta atitude, e muitas das outras, do sargento e da esposa denotam algum amor pela criança?

P.S.: Não sei até que ponto posso, podem os media, e podemos todos nós nas conversas de café, chamar pais adoptivos ao sargento e esposa. Porque não o são... legalmente! Nem sequer isso são! E como não podemos culpar e chamar de assassínio o António ou o José por ter assassinado a Maria ou a Glória, antes de um julgamento com uma admissível defesa, também não o devemos fazer neste caso. Terei razão? Não há para aí um advogado que me dê uma luz sobre isto?

Comentários

sabine disse…
Concordo com cada palavra do teu texto!
Mooncry disse…
Ainda bem! Já não me sinto tão mal na minha revolta pelo estado actual deste caso :)
***
Anónimo disse…
Pois eu não concordo consigo.
Penso que a única solução aceitável para esta menina é continuara viver com os pais afectivos. Não me comovem as penas de um pai biológico que nega sustento à filha quando ela nasce.
A criança já sabe que tem outros pais , além daqueles que a criaram. Agora deixem-na viver em paz com a família que sempre a tratou bem . É com eles que ela está melhor .
Mooncry disse…
A maioria das pessoas não tem pena do pai biológico e muito menos da criança, mas sim dos pais que dizem que a adoptaram! Porque nem isso eles fizeram e portanto nego-me a chamar-lhes pais adoptivos...

No texto não digo que ela deve ficar com os pais biológicos nem com o sargento, apenas mostro a minha indignação por o sargento e a esposa quererem proibir as visitas dos pais biológicos. É que, e isto é um facto em todas ou na maioria das famílias portuguesas, os meus pais adoram-me e nunca tiveram problemas em me "partilhar" com outros... se é que entende o que quero dizer!

Para além disso, o pai biológico não negou sustento à filha quando ela nasceu... mas teve dúvidas se ela era de facto sua filha! Vindo de uma prostituta é óbvio que ia suscitar dúvidas! Mas a partir do momento em que ficou provado que ele era o pai da criança, ele assumiu todas as suas responsabilidades e recorreu aos tribunais que recomendaram ao sargento que entregasse a criança ao pai biológico... ordem que este nunca acatou! Nunca mesmo... durante quatro anos...a Polícia sabia onde ele vivia e não se dignava a fazer absolutamente nada! Acha isto normal?

Eu não acho! Tal como também não acho normal o mediatismo que este caso tomou durante semanas e semanas, e a enorme parcialidade com que era tratado (com a excepção de uma reportagem da SIC)! Para mim é vergonhoso..mas só não vê quem não quer!

P.S.: A comunicação social não deu o mínimo destaque ao que a juíza disse no momento em que estabeleceu que a menina ficava com o satgento e com visitas regulares dos pais biológicos. Criticou veementemente a forma de actuação do sargento e da mulher durante estes cinco anos e disse que eles deveriam pensar no bem estar da criança e não naquilo que os faria mais felizes! E eu penso o mesmo...

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