No âmbito do processo "Apito Dourado" surgiu a suspeita de que os árbitros seriam subornados pelos dirigentes do Gondomar Sport Clube através da oferta de valiosos objectos em ouro. E hoje surgiu a notícia surpreendente de que o Ministério Público de Gondomar suspeita que o ouro oferecido aos árbitros acusados de corrupção desportiva é falso! Segundo a peritagem realizada pela Contrastaria do Porto nos artigos apreendidos pela PJ, existem vários lotes de peças com marcas de punção inexistentes ou referentes a fabricantes sem matrícula hà alguns anos, e por isso não poderiam circular no mercado.
Em causa está a apresentação de "marca de punção" falsa, o que pode significar a prática do crime de contrafacção de selos, cunhos, marcas e chancelas, punido pelo Código Penal com entre um a cinco anos de prisão. Para o procurador do MP de Gondomar, Carlos Teixeira, o principal suspeito do crime será o comerciante de ouro que fornecia os objectos aos dirigentes do Gondomar SC, encabeçados por José Luís Oliveira, vice-presidente de Valentim Loureiro na Câmara de Gondomar.
Os artigos em questão - que constam em sete lotes do ouro apreendido - foram descobertos em quatro buscas na fase inicial do processo, aquando das detenções de 16 árbitros, dirigentes do Gondomar e da federação. De acordo com informações recolhidas pelo Jornal de Notícias, o relatório pericial sublinha que os artigos de um dos lotes apresentam simulação de marca não registada na Contrastaria do Porto, enquanto os restantes seis apresentam quatro marcas de fabricantes cujas matrículas já tinham sido canceladas há anos. A mais recente tinha deixado de existir em 1997 e dá pela designação de José Pinto, Lda, enquanto a mais antiga data de 1990, dando pela marca de Universo Jóia. A circulação deste tipo de artigos no mercado pode indiciar tratar-se de ouro de inferior qualidade, já que não é submetido a controlo pelas entidades oficiais.
As leis deste país são mesmo inacreditáveis! Como se não fosse suficientemente grave existir corrupção no futebol e esta não ser penalizada,(muito pelo contrário), ainda se descobre que essa corrupção era feita com ouro falso e aí o Código Penal passa a não penalizar os corruptores mas sim os que lhe venderam o ouro, apenas por este ser falso e não ter um género de "licença de circulação". E agora vão ser presos os vendedores de ouro e os corruptos ficam em liberdade, a roubar mais uns quantos!
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