Alberto João Jardim manifestou ontem todo o seu apoio ao seu homólogo no Parlamento Regional, Miguel Mendonça, que decidiu impôr regras de indumentária aos jornalistas, sobretudo aos repórteres de imagem, que entram no hemiciclo.
O Presidente do Governo Regional da Madeira e o líder do PSD Madeira concorda que os infractores sejam expulsos, caso continuem a aparecer no parlamento envergando t-shirts, sapatilhas e gangas. Perante este panorama, a Presidência da Assembleia Legislativa da Madeira prepara-se para enviar para as redacções, por escrito, o novo regulamento oficial da "arte de bem vestir", a aplicar aos jornalistas, mas não aos deputados.
"Há quem, por analfabetismo à mistura com exibicionismo, julgue que a «revolução» não está nas mentalidades, na cultura e nas mudanças correctas, mas sim num desleixo que pretende fingir querer igualizar, porém, erradamente, por baixo, pelo rafeiro (...) existem os que, de facto, levam o seu inestético desleixo pessoal ao ponto de ignorarem as instituições e pessoas que devem respeitar», ainda que «a palavra “respeito” não conste da deontologia do regime político português», articulou Alberto João.
Estas medidas parece que «visam defender a autonomia política do povo madeirense face a atitudes de desrespeito propositado, ou de posicionamento ideológico snob e inculto ou desleixo cívico». E Alberto João vai avisando que o PSD não irá ceder a pressões de «entidades ou sindicados que ignora». Como é que um governo (seja regional ou não) que se diz democrático (ou pelo menos ele nunca disse o contrário, se bem que toda a gente sabe a realidade da Madeira), pode dizer que ignora um Sindicato?
Mas esta imposição de vestuário já não é recente, pois o ano passado um operador de câmara da RTP/M foi expulso por usar calções e t-shirt (os calções talvez sejam exagerados, mas dependendo da t-shirt não vejo problema nenhum!). E esta semana seis jornalistas (três do Diário de Notícias da Madeira, um da RTP Madeira, um da RDP e outro da TSF) foram impedidos de entrar no parlamento madeirense, com a justificação de o seu vestuário não ser o mais apropriado.
Denunciando o excesso de zelo de Miguel Mendonça, presidente do parlamento madeirense, a Direcção Regional da Madeira do Sindicato dos Jornalistas “vê estas atitudes de humilhação para com os profissionais da comunicação social como uma forma de desviar as atenções de vários atropelos e violações que se verificam na Assembleia Legislativa: violações ao Regimento, linguagem ofensiva e até ameaças físicas entre deputados.”
"Refira-se ainda que em São Bento – a “alma mater” da democracia parlamentar em Portugal – os jornalistas não são proibidos de entrar por causa do calçado nem ninguém anda a olhar-lhes para os pés ou a ver se estão de t-shirt ou camisa de marca", defende o Sindicato dos Jornalistas no seu comunicado!
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