Ninguém escolhe aquilo por que se apaixona. Não sou de paixões fáceis, umas há que facilmente explico e outras simplesmente vivem e resistem às tempestades dentro de mim sem me darem palavras para falar sobre elas. Até escrever este texto se torna complicado, arranjar o sinónimo adequado, o verbo certo e o adjectivo mais indicado. Apenas escrevo porque me revoltei na última semana com a minha maior paixão, que vive forte e resiste nem sempre bem às intempéries. E revoltei-me quando ela me voltou as costas e me deixou sozinha, sabendo que sem ela não sou nada e não viverei, apenas irei sobreviver num mundo que não irei compreender.
Já desde os 8 anos que te adoptei como minha paixão máxima. Nunca deixei que nada nem ninguém se colocasse acima de ti, e depois fazes-me isto??! Estava capaz de te bater, esmurrar, mas não consegui, apenas lamentei que ainda não tivesse crescido até este ponto. De sobreviver sem ti, mas contigo sempre dentro de mim, de pensar que já não estás lá mas estarás sempre até à minha morte. É inevitável, e quem quiser estar comigo terá de compreender isso, aceitá-lo e viver com isso! E perceber que não tiveste culpa nenhuma, não! E fica já o mundo avisado que pode colocar todas as adversidades à minha frente porque ninguém nem nada fará com que deixe de te amar como amo! E aqui fico como esperando uma nova prova! Lembrei-me de alguém que também não teve uma vida justa, mas sempre lutou por aquilo que amava, e acredito que no final, morreu feliz e de consciência tranquila. E esse foi o meu baluarte para me levantar.
P.S.: O meu pai já me devia conhecer melhor e saber que daria as minhas duas pernas por ti, por fazer aquilo que tu pedes e mandas. Infelizmente não sabe, ou esqueceu-se momentaneamente, e lá teve de entender que o amor que tenho por ti e por tudo aquilo que representas é mais valioso do que tudo o resto. E ouviu o que nenhum pai gostaria de ouvir... esta verdade!
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