Qual Contemporâneos, ou Gato Fedorento, o debate de ontem Manuela Ferreira Leite-José Sócrates é que foi um fartote de rir. Do início ao fim. Pelo que foi dito e pelas expressões maravilhosas que saem da cara dos candidatos. Em primeiro lugar, a mim disseram-me que viviamos num país democrático, e como tal podiamos discutir tudo e falar sobre tudo. Ontem não foi isso que transpareceu na Manuela, quando lhe perguntaram como tinha integrado na sua lista dois membros com processos em tribunal. E ela, sem olhar para o candidato ou para a jornalista apenas dizia que não queria falar disso, e esse assunto não tinha de ser discutido ali. Pensei que até a cor das cuecas podia ser discutido num debate daqueles, mas pelos vistos a inocente sou eu...
Entre outras coisas, surgiu o problema do TGV. Pelos vistos foi o governo da Manelinha que assinou um papel que trazia o TGV para Portugal (o Sócrates vinha bem artilhado de papelada e mostrou-nos o que os media teimam em não fazer recordar, curiosamente), mas agora está contra porque estamos a viver uma crise diferente. Explicações dadas meia hora depois de ter dito que ela também teve de fazer frente a uma crise em 2003, estranhamente o ano em que assinou a vinda do TGV para Portugal. Que há uma crise mundial neste momento, que afecta todos os países numa era de globalização também não foi referenciado, por nenhum dos dois, estranhamente! Se calhar não é importante. Mas o pior foi quando ela disse que não quer nada dos espanhóis, e que estes não têm nada que se meter na política portuguesa, e que não somos uma província de Espanha... os meus olhos estavam a ficar muito esbugalhados, não saltaram fora da sua órbitra por alguma razao estranha desconhecida. A verdade é que ela tem razão no que diz - não somos uma província de Espanha e a política portuguesa é o mais importante neste momento - mas na política, como num prédio ou numa aldeia, o importante é também manter boas relações com os vizinhos. Nunca sabemos quando vamos precisar de meia dúzia de grãos de sal... E imaginei logo o futuro: manchetes por toda a Espanha (El Pais ou El Mundo, do que a Manela disse, e quiça, pela Europa fora (já se fala em França também). As sondagens dão um empate entre os dois candidatos mas ela nem precisava das acusações do Sócrates porque cavou o seu próprio buraco. Só não viu quem não quis!
As SCUT foi outra das piadas. Sempre quis portagens, e sempre acusou o governo de nao colocar portagens nas SCUT's, no entanto, não tem essa medida no seu programa eleitoral. Cumé Manela? Há portagens ou não nas SCUT's? Ou quantos votos pensas ganhar com a inexistência dessa medida no teu programa eleitoral? Foi um fartote de rir, sobretudo pela forma arrogante e com raiva com que ela respondia. Pode ser do feitio da senhora mas, para mim, é assustador que uma pessoa daquelas, que não gosta de discutir aquilo que não lhe interessa, venha a ser primeira-ministra de Portugal. Com o apoio do Cavaco Silva, ora essa, como se ela não fosse uma das suas protegidas (Sr.º Presidente ainda não me esqueci da falta de liberdade jornalística - até porque estudei qual foi o momento em que houve menos liberdade jornalística em Portugal depois do 25 de Abril, e não digo mais... - de que falou aquando do caso da Moura Guedes. Devia-se informar melhor antes de falar e não entrar nas jogadas de ataque que andam para aí. Só lhe fica mal, mas isso vejo eu que nunca gostei de si... lamento)!
E continuo na bela da indecisão onde hei-de meter a cruz. Mal por mal, venha o Diabo e escolha...
Comentários
E bons olhos te vejam, desaparecido :p Bjo