A minha memória é, por vezes curta, outras vezes baralha-se e não me deixa enquadrar o passado no real. A saída do Moniz na TVI, e até a proclamada candidatura ao SLB, foram uma surpresa para mim. Mas como gosto sempre de responder a perguntas que me assolam a cabeça, questionei na altura porque razão ele tinha escolhido esta altura para sair da TVI, a denominada televisão contra Sócrates, contra o regime. Provavelmente não há nenhuma razão escondida daquilo que foi dito, mas talvez até haja, porque na altura, houve quem dissesse que esta era mais uma medida do Sócrates para controlar os meios de comunicação social. Não acredito que o Sócrates, que é bicho matreiro, fosse estúpido a esse ponto. E não o defendo, apenas dito aquilo que me parece ser mais racional, não sendo eu professora ou funcionária pública, e não tendo por isso uma venda nos olhos denominada Mário Nogueira ou como eu prefiro chamar-lhe, "o homem do bigode", o sucessor do Jerónimo. Aquele que se assemelha a um jovem irrequieto, em que parece que nada está como ele quer, nem mesmo quando o mundo se pinta de cor-de-rosa.
Esta saída da Manuela Moura Guedes, que envergonha qualquer pessoa que seja jornalista ou conheça um pouco daquilo que ditam as regras de o ser, foi para mim uma vitória. Algo que já devia ter sido feito há imenso tempo, pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social ou por outro organismo poderoso que conseguisse entender o "crime jornalístico" que era ter aquela mulher a apresentar um telejornal. Obviamente que, a semanas das eleições, surgem histórias de pressões de Sócrates com este e aquele, e por isso é que ela se foi embora. Coitadinha! Mas será que o Sócrates é algum deficiente mental?
E o PSD? Que legitimidade tem para falar quando foram eles próprios que afastaram o Marcelo Rebelo de Sousa, nos tempos do Santanismo, da TVI, porque ele falava demais. E já o assumiram publicamente. Que moral tem para falar ou sequer comentar o que se está a passar?
A generalidade dos portugueses não pensa assim, e vai acreditar nas cabalas de que foi o Sócrates, burro-estúpido-idiota-môr, que quis afastar a Manuelinha, não pelo seu mau profissionalismo mas porque ela dizia muito mal dele. Até o Cavaco Silva já veio proclamar que o Jornalismo vai mal, e claro, cabeças amnésicas como as nossas, vamos todos acreditar que de facto o jornalismo vai muito mal agora, mas nos oito anos de cavaquismo era útópico. Não tenho dúvidas de que ninguém acredita nisto, nem pensa nas notícias que as televisões vão veicular nos próximos tempos não acreditando totalmente nelas mas sabendo ler nas entrelinhas. Porque isto é normal acontecer em tempos próximos das eleições, e se não acreditam tenho uns livros interessantes que posso recomendar do que já aconteceu, e ainda acontece, nos States em epóca de eleições. Uma comédia! E esta também é! Até o Menezes de Gaia veio dizer que andam para aí a trocar umas mensagens, usando a lista da TV Cabo... o Menezes, esse exemplo de purificação!
Vou apreciar de camarim. Ver quem ganha daqui a umas semanas, se bem que infelizmente tenho uns "feelings à gaja", e depois comento. Mas neste momento, estou muito feliz por não ver mais a carantonha da Manuela à Sexta-feira (pronto, eu não via aquela merda mas sabe-me bem saber que o circo já terminou), e ter mais orgulho na minha classe. Se bem que também ouvi uns comentário de um tipo da ERC que não me cairam muito bem... Há sempre a hipótese de estar errada, e o Sócrates ter mandando demitir a Manuelinha, e eu ser a atrasada mental por ainda acreditar na história da Carochinha. Mas a verdade virá ao de cima, seja daqui a um mês ou daqui a uns anos, e aí saberei se estou certa ou errada. Mas, por favor, saibam ler nas entrelinhas das notícias...e percebam quem ganha com toda esta história! É fácil responder...
P.S.: E para que fique registado, e bem registado, não sou a favor do Sócrates nem de ninguém em especial. Ireri votar sim, como sempre advoguei, em memória de uns tais capitães de Abril que quase deram a vida para termos hoje esse direito, mas ainda nem decidi onde colocar a cruz. Sei onde não vou colocar, apenas! O resto vou decidir entretanto...
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