Cada vez conheço ou descubro mais falsos moralistas. Que ficam chocados com algumas conversas, livros, filmes, quadros, entre outras coisas mas que depois são os mais loucos e os que têm histórias bem bizarras dentro de si... ou que já viveram dentro de si! Desde que fui para o Porto, e não falo de há um ano atrás mas sim nos meus primeiros quatro meses a viver junto ao Bolhão e a estagiar no Jornal de Notícias, houve alguém que me ensinou a dizer tudo o que me ia na cabeça. Dependendo do pensamento as coisas deveriam ser ditas de forma mais amistosa, mas ditas! E pensei que não perdia nada em ser verdadeira.
Os meus amigos notam bem a diferença e dizem que "ando louca" mas a verdade é que não, ando simplesmente a dizer o que me vem à cabeça, sem constrangimentos, sobretudo quando estou rodeada de pessoas que conheço há mais de 10 anos. E, estranhamente, já os coloquei "loucos" porque, de vez em quando, lá sai uma boquita mais saída do normal das bocas deles. O resultado final é uma gargalhada total, eu a desculpar-me que não saiu da minha boca, ou então a apimentar ainda mais a coisa, e eles a apontarem para mim como que para me matar por os estar a colocar "loucos", mas no fundo, divertidos. E olhar para as caras chocadas deles dá-me um gozo imenso (sorry... mas dá!!!).
Hoje li que vai sair para as bancas portuguesas um livro que iria chocar a minha mãe e a minha avó (muito não posso pedir), mas estranhamente também irá chocar jovens na faixa dos 20 anos, que no fundo até usam vibradores e sabe-se lá mais o qué, mas que são muito puritanos na rua. Não mostram aquilo que são na realidade, por isso é que às vezes sofremos desilusões e as relações terminam da pior forma, sejam relações de amizade ou de amor. Mas vamos ao livro.
Chama-se "Zonas Húmidas" e não fala de pântanos. Fala das mulheres e dos seus desejos, de como as agradar, masturbação pura e dura e fluídos corporais. Foi lançado na Alemanha, e já vendeu 1,5 milhões de exemplares. Foi escrito por Charlotte Roche, actriz, cantora e apresentadora de televisão do canal musical Viva, e será um bom presente "envenenado" (e com uma dedicatória bem especial) à quantidade enorme de puritanos que conheço, ou que fingem ser. Pelo que consta não é fácil ler o livro porque começa com uma personagem a ir ao hospital com uma infecção e conta pormenores alucinantes, mas pelo que li na crítica também fala em "estranhas culturas de caroços de abacate". E fiquei bastante curiosa em saber o que será isto, e obviamente só por isso, comprarei o livro. Dizem que pode chocar por ter aventuras exploratórias de cada orifício (meu Deus!) do corpo. Mas numa altura em que toda a gente mete peitos de silicone, reduz a gordura nas ancas e noutras partes do corpo, não entendo porque há-de o mundo reagir mal a este tipo de livro. Se cultivam assim tanto o corpo, e o desejam perfeito, convém saber tirar partido dele, não? Como dizia uma amiga no outro dia "se o homem não te souber satisfazer porque não apanhou ainda o jeito, tens simplesmente de o ensinar!" Isso mesmo!
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