Não entendo estas coisas. Pais afectivos que ficam com crianças durante anos, até que os pais biológicos decidem ficar com eles. Uns casos são mais paradigmáticos e ridículos como o do Sargente que não cumpriu uma ordem do tribunal durante anos e anos, e consequentemente tornou a vida de uma pobre criança num pesadelo. Mas a criança russa, que ficou quatro anos com uma família portuguesa cria-me algumas dores de cabeça.
Sobretudo porque, agora se descobriu que afinal a mãe biológica não tem as mínimas condições para educar a criança na Rússia, e os pais afectivos em Portugal nada podem fazer para além de sofrerem a cada momento quando pensam como estará a Alexandra que criaram durante tantos dias como sua própria filha. Têm de existir regras mais rígidas. Já foi filmado que a mãe de Alexandra lhe batia, a casa não tem as mínimas condições e mesmo assim ninguém faz nada para mudar a vida desta pobre criança que não pediu esta vida. Faz-me confusão. Não entendo como a deixaram ir embora sem se assegurarem de que iria ter uma vida dita normal num outro país. Não entendo estas decisões de juízes ou sem coração, ou sem desconfiança para acreditar que nem tudo é cor-de-rosa como pintam. Custam-me a acreditar e aceitar que vivo num país assim, que dá crianças aos pais, sejam eles quem forem e tenham eles a vida que tenham. Gostem ou não o suficiente dos filhos, tenham consciência e vontade de lhes proporcionar uma vida condigna, uma infãncia saudável que deriva numa vida adulta igual à de todos os outros. Os prejudicados são sempre os mais pequenos e frágeis, as crianças, porque os adultos têm sempre milhentas oportunidades de mudar e alterar o que não está bem. Só um desabafo.
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