Por razões que agora não importam, no passado Sábado o meu despertador tocou às 6:40h numa qualquer rua em Vila Nova de Gaia. Estava a levantar-me quando ouvi um barulho ensurdecedor, semelhante a algo partido ou algum carro a bater em algo, e logo me dirigi à janela sem óculos ou lentes ou seja, não vendo nada deste terceiro andar. Apenas um carro de cor clara a arrancar a alta velocidade e com os quatro piscas ligados. Estranhei mas logo imaginei que alguém tinha sido assaltado no rés-do-chão, ou o café ou a imobiliária.
Ainda mal tinha pensado nas hipóteses já ouço a minha colega do quarto ao lado a reclamar por mim em voz alta. "Lena, Lena! Assaltaram o senhor do café e eu vi tudo." Que me desculpe o senhor do café, muito simpático e ainda por cima benfiquista no meio deste ninho de portistas ferrenhos, mas não pensei no que lhe haviam tirado mas sim no meu carro. E logo deitei os olhos para o local onde estava. Felizmente estava no mesmo sitio, com riscos ou não mas no mesmo local.
Arrumamos as coisas e dirigimo-nos para a viagem até à cidade coimbrã. Na saída do prédio deparamo-nos com dois polícias, dois vizinhos de pijama e o dono do café. A história começa por um senhor de meia idade partir a porta do café com uma pedra enorme, e roubar apenas e somente uma espécie de biombo, com chocolates lá dentro. A Joana viu o ladrão, sabia a matrícula do carro e deu todas as informações ao polícia. Ele riu-se e disse: "Ah, já sei quem foi." Não quis as declarações da testemunha do crime, e apeteceu-me esmurrá-lo quando nos disse que podíamos ir embora. Senti-me impotente e com ganas de lhe dar uns abanões e perguntar que raio de trabalho era o dele que apenas se limitava a ver e relatar o que tinha acontecido, sem nada fazer. Na última segunda-feira o dono do café relatou-nos que foi ele quem pagou o vidro, a polícia não fez nada e o caso morreu no momento em que aconteceu. E agora, vale a pena confiar nas denominadas forças de ordem? Ou terá alguma justificação ter uma arma em casa e usar as próprias mãos para vingar os crimes contra nós?
E agora só penso no buraco no capô do meu carro, de que valia saber quem o tinha feito ou ter provas contra essa pessoa se ela nunca seria acusada e nem me iria pagar o arranjo do que estragou? Mal valia dar uns cobres a uns patifes quaisquer para eles me vingarem contra o criminoso. Realidade maldita! Assim nem vale a pena pagar impostos para ter forças de segurança que, supostamente, nos deveriam defender dos criminosos...
Comentários