Avançar para o conteúdo principal

Verdade ou...

Tenho a mania das conspirações, sou mil vezes desconfiada como tantos sabem, e por isso nunca acredito apenas no visível aos olhos mas imagino sempre que há mais qualquer coisa. E sei que nem sempre as notícias surgem só porque sim. Porque os jornalistas se lembraram. Algumas surgem porque acabaram de acontecer, os casos imediatos, mas os casos já ocorridos há alguns anos, já falados há uns anos atrás que voltam, merecem toda a minha desconfiança. Falo do caso Freeport que tantas alminhas alberga como local de trabalho, e de José Sócrates. Há quatro anos o assunto veio à baila, em época de eleições, pois claro, e agora voltou ainda com mais força e com a promessa de ficar. A mim parecem-me épocas estranhas para o assunto voltar aos meios de comunicação, parece-me que há uma justificação para que isso tenha sucedido.

O caso veio à baila no semanário Sol, pela escrita da bajulada jornalista Felícia Cabrita. Ouvimos um telefonema do tio de Sócrates para a dita jornalista, gravado cladestinamente relatou o tio no dia seguinte para uma câmara de televisão, em que ele jurava a pés juntos que Sócrates tinha recebido dinheiro derivado à sua assinatura para o licenciamento do Freeport mas já não se lembrava de certos pormenores. Até contou, muito indignado, que tinha ficado chateado porque o sobrinho não lhe tinha dado nem um cêntimo, e ele tanto fez para que o negócio corresse bem. Ora, serei eu ou este telefonema é surreal demais para ser verdadeiro? Lembra-se dumas coisas e não de outras, mostra a sua indignação por não ter cometido uma ilegalidade. Mas que homem estranho é este? E ainda por cima diz isto tudo do sobrinho a uma jornalista, sobrinho esse que é primeiro-ministro e que pode ter a carreira arruinada por estas palavras sem ligação.

Uns dias depois surgia a notícia de que o tio tinha Alzheimer. No entanto, as televisões continuaram a dar credibilidade às palavras do tio, porque a necessidade de aumentar audiências é mais importante do que a verdade. Há uma semana li num jornal que o primo de Sócrates das artes marciais referiu que foi ele que criou o email de Sócrates, e aproveitando-se do seu nome e poder, comunicava com outros como sendo José Sócrates. Mas isso não ouvi nas televisões, talvez por não ser verdade ou então, com o mesmo grau de probabilidade, não aumentar as audiências o suficiente para ser colocado no ar.

Perante tudo isto, e sentindo uma enorme mágoa, apenas posso afirmar que já não acredito em 99% do jornalismo praticado em Portugal. Porque não sei se o que dizem é verdade ou apenas é bom para vender mais ou por outra razão qualquer que prefiro nem referir. E não compactuo com isso. Já tenho uma revista de cabeceira, estou indecisa entre a rádio, e em relação à televisão, por mais que tente escolher não sei qual a melhor porque são todas irritantemente medíocres. Em relação ao Sócrates, até acredito que ele tenha culpa no cartório mas pensem nas consequências disso... Manuela Ferreira Leite! Se não temos uma política estável, a crise irá afectar-nos de uma forma ainda mais violenta. Resolvam duma vez por todas o caso, ou parem de falar nele como se um cabelo encontrado no Freeport fosse prova de que ele se penteou por lá, e não que apenas andou por lá a passear (bela analogia... )! Porque já não há heróis como o Salgueiro Maia....

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Jornalistas na Guerra

Muito se tem falado das pessoas que saem (ou fogem) do Líbano, mas pouco se fala dos que vão para lá trabalhar. Porque alguém tem de estar no terreno, para contar aos ausentes, o que se passa. Profissionais, uns mais que outros, mas todos louvados pela coragem e sangue-frio que é necessário num cenário de guerra. Julgo que é o limite da carreira de qualquer jornalista, fotógrafo, cameramen.. não há nada mais dificil! Se se conseguir transpor este obstáculo, é possível fazer tudo! Em Setembro de 2000, na Convenção da RTNDA, Christiane Amanpour fez uma brilhante e emotiva defesa do jornalismo. Desse discurso retiro estes parágrafos, para que alguém os entenda, se souber entendê-los: «Disse uma vez a um entrevistador que nunca casaria. E que nunca teria filhos. Quando se tem um filho, disse, temos, pelo menos, a responsabilidade de ficarmos vivos. Isso foi há sete anos. Entretanto, estive casada dois anos e tenho um filho com cinco meses. Mas uma coisa estranha aconteceu, uma coisa que eu...

Um modelo perfeito...

Desculpem lá... mas o Minuche deve ter sido modelo na sua outra vida! Estas fotos foram tiradas em um minuto.. sempre a disparar e já viram bem a posse dele... ;)

Agua... lixo... folhas...

Eu sei que tiro fotos a coisas estranhas... :) Buçaco 2005 :p Excer... uma igual a esta não tens tu ;) Muahaha!