Há dias encontrei um amigo de longa data, talvez o primeiro grande amigo, que me fez pensar na diferença que há desde que eu tinha 15 anos. Na altura tinha um sonho, hoje consegui concretizá-lo. E ele fez-me sentir que isso é realidade, quando os seus olhos esbugalhados berraram e quase me abraçaram, "Conseguiste. Mesmo quando ninguém te apoiava, conseguiste. Parabéns!" Acho que nem ele acreditou que um dia eu ia conseguir. Mas consegui, e numa bela cidade, com uma bela equipa de trabalho.
E o ano de 2008 resume-se a isto: a concretização de um sonho. Sem esquecer tudo aquilo que perdi para sempre, porque a vida teima em não ser perfeita. Apenas consigo explicar que nada se consegue sem esforço e determinação, ou pelo menos, no que diz respeito à vida profissional. Alguma teimosia, lutando contra tudo e todos, apenas ao sabor do nosso coração. Porque ele sabe o que queremos, e dá-nos força até quando o destino nos empurra para baixo. E na noite em que tomei consciência de que tinha conseguido concretizar o meu sonho de criança, adolescente e adulta, percebi que há demasiadas coisas importantes para nos prendermos apenas a uma, mesmo quando essa ocupa um lugar muito especial e nos deixa uma saudade imensa. A vida profissional é uma delas, a outra são os amigos que nunca nos esquecem e que conseguem mostrar com o olhar o quanto gostam de nós (e algum álcool à mistura também ajuda à revelação).
É difícil explicar tudo o que senti e tudo o que sinto, já nos meus 15 anos era-me dífícil exprimir mais do que aquilo que demonstrava. Mas posso dizer que nessa noite sorri verdadeiramente, como não sorria já há uns meses. Porque reencontrei um amigo especial, que nunca se esqueceu de mim, que ainda continua a fazer-me sentir especial... e já não me sentia assim há demasiado tempo. Um amigo que sabe mais de mim do que eu própria, e com o qual passei tantas coisas importantes. Sim, porque aos 15 e 16 anos aprendemos muita coisa que nos vai servir de base para o futuro. E sim, um amigo de longa data, rastoso e perdido na vida (e isso terá de mudar, ou não será mais um dos objectivos para 2009), pode continuar a ensinar-nos o nosso caminho, ou pelo menos a descobri-lo. Obrigado, Johnny!
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