Avançar para o conteúdo principal

Reset please!

Não sei. Tenho medo de amanhã e pena de ontem. Há muita coisa a ressoar na minha cabeça, cheia de instabilidade e medo. Medo de não voltar a ter o que tinha antes. Raiva por ter estragado tudo. Não acredito sequer que isto me possa estar a acontecer. Nunca pensei ser possível, e nem nunca imaginei sentir este vazio, este sentimento de oco em que nada ressoa. Em que por mais que tente, transparece até para os mais cegos. Nunca imaginei que sofrer, sentir saudades, ter medo, custasse assim tanto. Nunca pensei que a vida me pudesse ensinar uma lição tão grande. Que me desse uma razão tão válida para deixar algo, de que sempre gostei, e sempre disse que deixaria mas nunca deixei (e não falo de uma pessoa...). Nunca imaginei fazer uma promessa a mim própria como se fosse a última coisa que fizesse enquanto estivesse nesta vida.

Dói muito quando penso, mas não consigo deixar de pensar. Imaginar se será possível viver sem alguém tão importante, sem a nossa base, sem a pessoa a quem queremos contar tudo. Não, não é possível e quero gritar isso aos sete ventos, para que eles não mo tirem. E depois a quem vou contar os meus segredos e confidências? Quem me vai dar na cabeça sem dó nem piedade? Quem me vai dar conselhos racionais? Quem vai ser mais especial? Quem me dera que não fosse assim, mudar aquilo que sentimos, pensamos, e queremos que o seja. Gostava de ser mais forte e superar tudo como se nada tivesse acontecido, mas lamento, sou uma idiota de uma sentimentalista que gosta das pessoas, e não suporta quando as perde, ou está prestes a perdê-las. Que sente saudades e não consegue viver sem elas. Até por um cão sou capaz de andar cabisbaixa durante uns tempos, como não será se for uma pessoa.

Ontem durante a viagem de regresso - são sempre óptimas para pôr as ideias em ordem e pensar no que fazer, preparar-nos para aquilo que está pela frente, que nem sempre é fácil - pensei no que podia fazer se tudo voltasse ao normal. No que merecia o caso. E descobri. Arranjei uma justificação para deixar um hábito adquirido há muitos anos. Espero ansiosa e sem preocupações, apesar de saber que não será fácil. Não vai ser nada fácil, até porque o que está à minha volta não colabora com a minha necessidade de sorrir. Resta-me a esperança, afinal não dizem que a esperança é sempre a última a morrer? Sinto um nó tão grande dentro do peito, uma falta do tamanho de algo mesmo gigantesco, uma saudade indescritível, mas acredito que um dia hei-de habituar-me a tudo isto, e achar que a vida é vivida mesmo assim. Até um dia, daqui a muitos meses ou quem sabe anos, em que tudo pode e vai voltar ao normal. Paciência, esperar, tentar sorrir e não sentir...

P.S.: Não quero questões porque não terão respostas! Sinto-me com cada vez mais mau feitio, sem querer mas sendo inevitável...

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Jornalistas na Guerra

Muito se tem falado das pessoas que saem (ou fogem) do Líbano, mas pouco se fala dos que vão para lá trabalhar. Porque alguém tem de estar no terreno, para contar aos ausentes, o que se passa. Profissionais, uns mais que outros, mas todos louvados pela coragem e sangue-frio que é necessário num cenário de guerra. Julgo que é o limite da carreira de qualquer jornalista, fotógrafo, cameramen.. não há nada mais dificil! Se se conseguir transpor este obstáculo, é possível fazer tudo! Em Setembro de 2000, na Convenção da RTNDA, Christiane Amanpour fez uma brilhante e emotiva defesa do jornalismo. Desse discurso retiro estes parágrafos, para que alguém os entenda, se souber entendê-los: «Disse uma vez a um entrevistador que nunca casaria. E que nunca teria filhos. Quando se tem um filho, disse, temos, pelo menos, a responsabilidade de ficarmos vivos. Isso foi há sete anos. Entretanto, estive casada dois anos e tenho um filho com cinco meses. Mas uma coisa estranha aconteceu, uma coisa que eu

Love U like in poetry...

«You could swim... like dolphins can swim We can be heroes... just for one day We're nothing, and nothing will help us But we could be safer, just for one day And we kissed as though nothing could fall ... just for one day...!» P.S1.: Perfeito o concerto dos Blind Zero de ontem à noite na Fnac. Se não fossem os "idiotas" que ocupavam o já de si exíguo espaço, apenas para ver nem eles sabiam o quê, beber umas cervejolas e ter atitudes de "portuga à zé camarinha", tudo teria sido mais e mais, ultra e super perfeito. Com uns encontrões e olhares demolidores consegui chegar à frente e aí entendi, que não era a que estava a gostar mais daquele concerto... eram os próprios Blind Zero! É por cada concerto ser um divertimento constante, pelo amor à música e ao grupo que, 13 anos depois, ainda andam por estas andanças. Apesar de, como disse o Miguel, terem a noção de que muitos os consideram como uma banda doentia, até os próprios pais! Mas acredito que cada um tem uma n

O sonho europeu!

Apesar de não termos vencido o jogo, o sonho continua... estava á espera que o resultado final fosse 0-1 ou 0-2, vantagem para o Barcelona! Mas pelos vistos, o Benfica até que joga bem (lol) ou então é o Barcelona que não joga assim tão bem ;) O que é facto é que não me sentia assim tão stressada desde a final da Taça de Portugal da época passada (mas isso também era por ter uma "certa" sportinguista ao meu lado aos berros... anyway!). Jogaram bem, defenderam bem (tirando algumas falhas do guarda-redes.. ) e o Benfica mostrou que está ao nível das melhores equipas da Europa, se nao do mundo. E, principalmente o Sr. Koeman não conseguiu agoirar (ele disse numa entrevista em Espanha que o Benfica não tinha qualquer oportunidade de vencer o Barcelona... é normalissimo um treinador dizer uma coisa destas antes de um jogo!!!) Só quero que fique uma questao no ar: O que é que o Beto ainda anda a fazer no Benfica??? Alguma alma caridosa que me responda por favor... isto tem me trans