Nos últimos dias não se tem falado de outra coisa que não sejam os Jogos Olímpicos e a participação desastrosa da comitiva portuguesa. Sinceramente falando, estava à espera de mais, muito mais, como a generalidade dos portugueses. As medalhas seriam celebradas e fariam esquecer o tão malogrado futebol, e a participação de alguns atletas portugueses nas finais das suas modalidades ter-nos-iam deixado apreensivos e ter-nos-iam permitido reviver uma ansiedade saudável.
As medalhas no plural serão difíceis, mas não impossíveis pelas pernas do Nélson Évora, mas o que pior nos ficou destes Jogos Olímpicos foram as palavras. As palavras de um jovem atleta que desculpou a sua má prestação por a prova em que participou ter decorrido de manhã, e por ser a hora ideal para estar na caminha (... eu, e a generalidade do mundo acreditamos que é à noite, exceptuando em alguns dias mais festivaleiros). As culpas da derrota atribuídas ao árbitro na participação feminina de judo, a falta de ambição da detentora mundial no ranking de triatlo (prata é prata e ouro é ouro, não vamos confundir as coisas...).
É óbvio que me sinto muito orgulhosa, desde aqueles em que a prova correu mal por azar ou falta de concentração, ou pelos outros que pura e simplesmente, tiveram adversários melhores mas que mesmo assim lutaram até ao fim. Mas não me sinto orgulhosa de algumas palavras menos felizes, desculpas esfarrapadas por não terem levado a sério estes Jogos considerados o supra-sumo de todas as modalidades.
As medalhas no plural serão difíceis, mas não impossíveis pelas pernas do Nélson Évora, mas o que pior nos ficou destes Jogos Olímpicos foram as palavras. As palavras de um jovem atleta que desculpou a sua má prestação por a prova em que participou ter decorrido de manhã, e por ser a hora ideal para estar na caminha (... eu, e a generalidade do mundo acreditamos que é à noite, exceptuando em alguns dias mais festivaleiros). As culpas da derrota atribuídas ao árbitro na participação feminina de judo, a falta de ambição da detentora mundial no ranking de triatlo (prata é prata e ouro é ouro, não vamos confundir as coisas...).
É óbvio que me sinto muito orgulhosa, desde aqueles em que a prova correu mal por azar ou falta de concentração, ou pelos outros que pura e simplesmente, tiveram adversários melhores mas que mesmo assim lutaram até ao fim. Mas não me sinto orgulhosa de algumas palavras menos felizes, desculpas esfarrapadas por não terem levado a sério estes Jogos considerados o supra-sumo de todas as modalidades.
A Vanessa Fernandes, apesar de até agora ser a única medalhada, não esteve bem ao acusar alguns colegas, não apontou nomes, de não encararem bem este género de competição. Isso é algo para eu dizer e outros que não estiveram na comitiva, mas não ela ou outro colega. Isto porque, apesar de serem várias modalidades a participar, eles são um grupo coeso ou deveriam ser, e acusações deste género só piora a imagem que o povo português tem dos atletas. O mesmo seria o Ronaldo acusar o Ricardo de não termos conseguido chegar mais além no Europeu...! Não vale a pena colocar as culpas nos outros quando nós próprios as temos. O mais bonito será admitir os erros e para a próxima, melhorar!
Francis Obikwelu. É o meu preferido. Por ser um grande atleta, lesionado neste momento e por essa razão, sem nenhuma medalha nestes Olímpicos. Mas é o meu preferido pela sua humildade e sinceridade. Não é português de origem mas foi-o mais do que muitos dos outros. Tal como José Sócrates mencionou, sentimo-nos todos muito honrados por ter um atleta com o gabarito dele (físico, psicológico, humano e mais umas quantas coisas) a representar a nossa bandeira verde e vermelha. Não é todos os dias que alguém pede desculpa ao povo português com a humildade dele, desculpas pelo dinheiro que investiram nele e que, apesar de tudo, não trouxe nenhuma medalha. Mesmo lesionado ele acreditava que conseguia qualquer coisa, mas infelizmente o psicológico nem sempre consegue superar o físico, e foi isso mesmo que aconteceu. Abandonou a carreira de atleta olímpico mas espero ainda ouvir falar muito dele... da solidariedade que promove e ajuda que dá aos outros. Ele que também já precisou de ajuda e a teve. Obrigado Obikwelu!
P.S.: Uma palavra de apreço para o Gustavo Lima. Ficar na 4ª posição, com apenas um ponto de diferença do medalhado com o bronze não deve ser fácil de engolir. E pior do que isso é ser o único participante daquela modalidade português, o que pressupõe treinos solitários e sem qualquer palavra de incentivo ou ânimo de um companheiro. Não é fácil batalhar sozinho mas quando o coração nos impele a isso, temos de o saber ouvir e dar importância. No caso deste humilde espaço ser visitado pelo Gustavo Lima, peço-lhe (ou peço-te, visto a diferença etária não ser muito grande) que reconsideres. A frustação de ficar na 4ª posição é muita, acredito que sim, mas o amor à modalidade deve superar isso ou se não fosse assim, não terias chorado para a câmara. Por ter muitos, e consequentemente conhecer bem a raça masculina, sei que é preciso muito (mesmo muito, muito!) para as lágrimas caírem pela cara dos homens. Lágrimas sinceras e sentidas. E por isso, em nome da bandeira e do país que representas, peço-te: Não desistas! Dá um tempo a ti próprio para assentar ideias e conseguir viver com a frustração inerente à 4ª posição, mas que prevaleça o amor ao desporto. Sempre e acima de tudo isso! Obrigado Gustavo Lima!
Francis Obikwelu. É o meu preferido. Por ser um grande atleta, lesionado neste momento e por essa razão, sem nenhuma medalha nestes Olímpicos. Mas é o meu preferido pela sua humildade e sinceridade. Não é português de origem mas foi-o mais do que muitos dos outros. Tal como José Sócrates mencionou, sentimo-nos todos muito honrados por ter um atleta com o gabarito dele (físico, psicológico, humano e mais umas quantas coisas) a representar a nossa bandeira verde e vermelha. Não é todos os dias que alguém pede desculpa ao povo português com a humildade dele, desculpas pelo dinheiro que investiram nele e que, apesar de tudo, não trouxe nenhuma medalha. Mesmo lesionado ele acreditava que conseguia qualquer coisa, mas infelizmente o psicológico nem sempre consegue superar o físico, e foi isso mesmo que aconteceu. Abandonou a carreira de atleta olímpico mas espero ainda ouvir falar muito dele... da solidariedade que promove e ajuda que dá aos outros. Ele que também já precisou de ajuda e a teve. Obrigado Obikwelu!
P.S.: Uma palavra de apreço para o Gustavo Lima. Ficar na 4ª posição, com apenas um ponto de diferença do medalhado com o bronze não deve ser fácil de engolir. E pior do que isso é ser o único participante daquela modalidade português, o que pressupõe treinos solitários e sem qualquer palavra de incentivo ou ânimo de um companheiro. Não é fácil batalhar sozinho mas quando o coração nos impele a isso, temos de o saber ouvir e dar importância. No caso deste humilde espaço ser visitado pelo Gustavo Lima, peço-lhe (ou peço-te, visto a diferença etária não ser muito grande) que reconsideres. A frustação de ficar na 4ª posição é muita, acredito que sim, mas o amor à modalidade deve superar isso ou se não fosse assim, não terias chorado para a câmara. Por ter muitos, e consequentemente conhecer bem a raça masculina, sei que é preciso muito (mesmo muito, muito!) para as lágrimas caírem pela cara dos homens. Lágrimas sinceras e sentidas. E por isso, em nome da bandeira e do país que representas, peço-te: Não desistas! Dá um tempo a ti próprio para assentar ideias e conseguir viver com a frustração inerente à 4ª posição, mas que prevaleça o amor ao desporto. Sempre e acima de tudo isso! Obrigado Gustavo Lima!
P.S.2: Infelizmente daqui a poucos dias já ninguém se lembra dos Jogos Olímpicos porque... o Campeonato Nacional vai começar. Infelizmente porque ao contrários das outras modalidades, o futebol é que é importante neste país. Apenas e somente o futebol!
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