O futebol modifica-nos. Quando não corre como sonhamos ficamos irritados, dizemos umas asneiras valentes, e temos pensamentos mais violentos sobretudo com os jogadores da equipa adversária. Mas raramente, a não ser por motivos de origem auditiva que não nos agradam, partimos para agressões para com os nossos compatriotas. Com aqueles que vestem a mesma camisola, que defendem a mesma cor, e que sentem a mesma paixão. No último jogo de Portugal parece que isso não aconteceu.
Três pessoas foram esfaqueadas durante o Portugal-Alemanha, na passada Quinta-feira, por um homem que alegadamente não estava satisfeito com o resultado da partida. E que trazia uma faca como companhia. O facto ocorreu na Avenida dos Aliados no Porto, logo depois do golo de Helder Postiga, a uns curtos minutos antes do final. Na confusão que se seguiu às agressões, uma jovem partiu uma perna ao ser atropelada. Um perímetro de segurança teve de ser feito pelas forças de segurança para impedir que o esfaqueador fosse linchado em praça pública, mas ainda sentiu alguns murros e pontapés de testemunhas exaltadas. Segundo consta, o agressor não conhecia as vítimas, escolhidas ao acaso apenas por estarem a ver o jogo ao lado do agressor. Há dias de azar. Não correu mal apenas para a Selecção...!
E pelos vistos a raiva e violência no desporto não param por aqui. Ontem na final da taça de Hóquei em Partins, entre o Benfica e o Porto, alguns adeptos vermelhos incendiaram um autocarro do clube do Norte. Sem justificação, apenas por idiotice. Talvez os ânimos estivessem mais animados derivado à derrota do Benfica na final do hóquei, ou da transferência polémica de Rodriguez, ou ainda ( e aposto mais nesta hipótese) pela história da UEFA. Provavelmente sentiram a chamada "dor de cotovelo" porque queriam um Benfica ganhador como o Porto nos dias de hoje. Como os compreendo. Mas prefiro ganhar dentro do relvado verde, em jogo, de onze atletas de cada lado. Estou realmente farta de sentir vergonha pelas atitudes menos racionais dos benfiquistas, desde as queixinhas à UEFA até à destruição de autocarros. Vamos acalmar, sim?
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