António Costa Santos publicou o ano passado o livro "Proibido!", um género de estudo ou lembrança das proibições do Estado Novo. Quando ouvi falar da nova "lei" sobre piercings lembrei-me de ter visto esta livro e de, na altura, ter soltado muitas gargalhadas. Como agora... com a diferença de que o Estado Novo já lá foi! Ou pelo menos foi o que me disseram...! "O beijo na boca era qualificado de acto exibicionista atentatório da moral. Levado para a esquadra, ou para o posto da GNR, o delinquente beijoqueiro era identificado, autuado em pelo menos 57 escudos (um valor variável, em função de critérios que hoje nos escapam), e passava invariavelmente pela cadeira do agente-barbeiro, de onde saía de cabeça rapada, máquina zero. Tratava-se, afinal, de defender a moral castradora da ditadura e as leis e regulamentos multiplicavam-se, tentando enquadrar o que não tinha enquadramento. Ficou célebre a portaria n.º 69035 da Câmara Municipal de Lisboa, datada de 1953, qu