Já há algum tempo que ando para escrever sobre o assunto mas tem-me faltado alguma inspiração. Há épocas assim... em que parece que nada com significado sai da nossa cabeça, as palavras surgem desordenadas e as ideias confusas! Ontem rasurei qualquer coisa para hoje postar!
As crianças. Todas elas! É esse o tema de que quero falar aqui hoje porque ele está continuamente na agenda mediática e nas conversas de café. Há um caso modelo que está a originar todos os outros, suscitando revoltas e abaixo-assinados, críticas á justiça portuguesa, etc. etc. É a menina Esmeralda!
Em primeiro lugar quero fazer uma crítica acérrima à comunicação social por estar permanentemente a contar o caso sem referir toda a realidade. E daí que eu tenha de discutir com os meus pais, por exemplo, porque eles desconhecem muitos factos relacionados com este caso. Eu e provavelmente muitas outras pessoas!
Apenas uma vez ouvi numa grande reportagem (da SIC ou da RTP) toda a história, nua e crua. E aí era contado que a mãe de Esmeralda, a verdadeira, teve relações com o pai, verdadeiro, quando um dia estava à beira da estrada sentada num banco juntamente com outra amiga. E passou o dito senhor num carro, juntamente com alguns amigos, ele mandou umas bocas e “aconteceu”. Ora, não quero estar a levantar falsos testemunhos, mas eu não costumo estar sentada à beira de uma estrada num banco com uma amiga! Não é do meu feitio, convenhamos! Se calhar sou antiquada ou, não sei, talvez não seja prostituta ou outra coisa qualquer! E, também é importante referir, não sou uma emigrante ilegal, como ela era na época!
Um dia imaginem quem bate à porta dos pais do pai de Esmeralda? Pois, a mãe. A informar de que estava grávida dele. E não seria de desconfiar? E ele desconfiou, tal como todos os da sua família. E esperou que a criança nascesse para fazer, de imediato (e é importante referir isto!), o teste de paternidade. Como qualquer homem normal numa situação semelhante! Quando recebeu os resultados pediu, de imediato, a custódia da criança que já estava com a família afectiva. E meteu um recurso em tribunal que lhe foi concedido, demorando o tempo normal nestas situações, ou seja, demasiado tempo.
Com a custódia dada pelo tribunal tentou reaver a sua filha junto da família de acolhimento. E ela negou a entrega! A polícia dizia que não sabia onde eles moravam, quando na verdade toda a gente sabia onde vivia um tal sargento! E andou estes anos todos à espera que lhe entregassem o que era seu por direito, quando os outros pais nem sequer eram adoptivos porque o não podiam ser! E foram acusados de rapto, obviamente, e mesmo assim não entregaram a criança! E mesmo assim são defendidos em praça pública, como sendo as vítimas de toda a situação!
E agora o que fazer? De quem é a culpa desta situação ter chegado a este ponto?
Simples, é da polícia, da segurança social, de quem não entregou a criança ao pai biológico quando o tribunal o decretou! Alguém tem dúvidas disso? É que, parece-me, ainda existem leis em Portugal... as crianças não são simplesmente dadas ou compradas, sem um pedido normal e formal de adopção! Digo eu, na minha inocência...!
Ontem enquanto fazia o almoço ouvia nesse grande programa a que chamam Fátima Lopes, na SIC, alguém a discutir pela quadragésima vez (no mínimo!!!) este caso. E a tal Fátima Lopes, como se fosse perfeitamente normal, admitiu que tinha estado em casa do sargento no último fim-de-semana! E ficaram comprovadas as minhas desconfianças, mais uma vez! Ele tem demasiados amigos na comunicação social e por isso nunca é dito sobre este caso o que se devia dizer...
Hoje vi pela manhã isto. É que desconhecia esta nova versão dos factos: não sabia que a mãe afectiva da pequena Esmeralda tinha inventado tamanha injúria! E sim, pais afectivos e não adoptivos como tanto se tem dito na comunicação social! Acordem para a justiça deste país e para as leis! A solução perfeita desconheço-a, só acho que a miúda não ficará bem com pais tão egoístas que nem sequer pensam que o facto de ela conhecer os pais biológicos será ultra-importante para o seu crescimento. Talvez se nunca tivessem impedido esse conhecimento, as coisas não tivessem chegado onde chegaram e a criança fosse mais ! Porque isso é o mais importante neste caso: a felicidade da criança! E não a felicidade dos pais afectivos, como por vezes parece, ouvindo algumas notícias!
P.S.: Outro pormenor importante é o facto de estarem constantemente a chamar ao pai afectivo, sargento! Mas que raio, ele é um ser normal, tem nome como todos os outros, porque há-de ser catalogado pela profissão?! Nos outros casos não aparece referenciado a profissão das pessoas, apenas neste. Haverá justificação para isto? (O rodapé ontem do programa da SIC dizia "O caso sargento". Pelos vistos a criança passou à história, agora o mais importante é ele, apenas ele e o seu posto de trabalho!... Oh well, e tudo come a história e fica satisfeito...)
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