Ao entrar hoje na camioneta que liga a minha pequena aldeia à cidade de Coimbra, fiquei atónita ao visualizar o espaço em que me tinha metido. A dita viatura tinha dois andares, e porque gosto de observar o máximo de realidade, desloquei-me para o andar de cima. Quando entro para o corredor visualizo uma cena deprimente: sacos, pacotes do Macdonalds, bolachas, papéis, ou seja, lixo por todo o lado. Tento procurar um lugar minimamente asseado, o que se revelou infrutífero porque todos as cadeiras tinham lixo em baixo ou mesmo por cima delas, e ainda a sair dos pequenos contentores em frente.
Aparvalhada com a situação tento encontrar o "menos mal", e no meio de muitas andanças no corredor, para trás e para a frente, a ouvir os comentários das pessoas, lá encontro um local mais decente que o último. Sentei-me e pensei: "Mas que raio se passou aqui? Parece que houve um furacão!"... facto impossível por as janelas estarem intactas (piada... rir!...).
Perto da paragem de saída, ao lado do também imundo Mondego, desço antecipadamente e pergunto ao condutor o que se tinha passado. Ao que ele lá se foi desculpando, "Houve uma visita de estudo e deixaram a camioneta neste estado". Ao que eu retorqui: "E a rodoviária não deveria ter limpo isto? É que está imenso lixo lá em cima, pacotes inteiros do Macdonalds, guardanapos no chão, bolachas por todo o lado e até promoções do Happy Meal!" Ao que ele se desculpa e diz que não teve culpa, aquela tinha sido a camioneta que lhe tinha saído naquele dia e ainda não tinha tido tempo de a limpar. Para além de não ser suposto terem deixado a camioneta naquele estado... pois!
Aliás, não é obrigação dele limpar nada daquilo, foi o que pensei e lhe disse. E entretanto lembrei-me de quando tinha viagens de estudo. Por um lado não iamos ao Macdonalds, levávamos "farnel" de casa, o que era mais saudável e barato. E por outro lado, as professoras tinham a atenção de no final da viagem inspecionar a camioneta a ver se havia ou não lixo, para além de existir sempre uma saca para o lixo num canto qualquer. Mas, e acima de tudo, éramos bem educados e sabíamos de antemão, que o lixo não se deitava para o chão e por isso, muitos de nós já levavamos de casa sacos de plásticos direccionados para transportar o lixo, caso isso fosse necessário.
Achei que devia contar esta história porque me impressionou a falta de educação e respeitos dos alunos e professores que foram na dita viagem. Uns não receberam educação que lhes permitisse entender que o lixo não se coloca no chão, e outros porque não tiveram a decência de deixar o transporte como ele lhes chegou às mãos. O justo seria na próxima viagem de estudo daqueles alunos e professores, o transporte lhes aparecesse exactamente como o deixaram nesta última. Mas a vida não é mesmo justa...!
Comentários
Sob a forma de lixo mesmo... porque outras formas de lixo estão a aumentar a olhos vistos :|