Um professor de inglês, trabalhador na Direcção Regional de Educação do Norte, foi suspenso por ter feito um comentário sobre a licenciatura de Sócrates. A directora do DREN classifica esse comentário como um insulto e assim justifica o processo disciplinar instaurado e a posterior suspensão de funções.
Margarida Moreira classifica o comentário como uma situação extremamente grave e inaceitável, sobretudo por ter sido feito no interior do DREN e durante o horário de trabalho. E remata: "Os funcionários públicos, que prestam serviços públicos, têm de estar acima de muitas coisas. O sr. primeiro-ministro é o primeiro-ministro de Portugal".
Fernando Charruas justifica-se numa carta endereçada às escolas onde trabalhou: "Transcreve-se um comentário jocoso feito por mim, dentro de um gabinete a um "colega" e retirado do anedotário nacional do caso Sócrates/Independente, pinta-se, maldosamente de insulto, leva-se à directora regional de Educação do Norte, bloqueia-se devidamente o computador pessoal do serviço e, em fogo vivo, e a seco, surge o resultado: "Suspendo-o preventivamente, instauro-lhe processo disciplinar, participo ao Ministério Público"".
Neste momento Fernando Charruas, ex-deputado da Assembleia da República pelo PSD durante um ano, já não está suspenso. Depois da interposição de uma providência cautelar para anular a suspensão preventiva e antes da decisão do tribunal, o ministério decidiu pôr fim à sua requisição na DREN. Como o professor, que trabalhava actualmente nos recursos humanos, já não se encontrava na instituição, a suspensão foi interrompida. O professor voltou assim à Escola Secundária Carolina Michäelis, no Porto.
Comentários ao caso? Não tenho muitos:
- Em primeiro lugar, questiono se ainda vivemos num país democrático, e consequentemente, com liberdade de expressão. Espero que casos como este não se repitam, e não se tornem moda.
- Em segundo lugar, penso que devem haver quezílias entre as duas personagens desta história. Uma é socialista e directora-geral, e o outro social-democrata e um mero funcionário, talvez sonhador diário do cargo da primeira.
- Em terceiro lugar, de destacar a forma simples e rápida como o caso se resolveu. O senhor deixou de ser funcionario da DREN e assim se fechou o caso. Porque a justiça portuguesa não funciona assim em todos os casos?
- E por último... com tantos professores no desemprego, havia uma vaga para este determinado docente na escola do Porto? ... Há gente com sorte...!
Comentários