Muito se tem falado na menina de 5 anos da Sertã com o nome de Esmeralda. A ela e ao seu caso, mal contado e insólito, têm sido dedicados programas, muitas reportagens, muitas opiniões, muitos dados e até abaixo-assinados! Estava no JN quando o caso veio à tona, e reparei que casos semelhantes ou com contornos parecidos iam aparecendo nos media mas não mereciam a atenção exagerada que este caso teve desde o seu aparecimento público.
Com tudo aquilo que aprendi, sobretudo no meu seminário, questionei a razão da atenção exagerada dada ao caso "Esmeralda" e conclui que só podia haver uma razão. Alguém tinha interesse que o caso fosse mediático, e entendi que não podiam ser outras pessoas para além dos pais adoptivos. Ou aliás, o pai que se diz adoptivo, porque legalmente nem sequer o é. É militar já há uns aninhos.. não sei se isto explica alguma coisa, mas é possível.
Já há uns tempos que andava para comentar este estranho caso, mas nunca me tinha sentido tão desperta para a realidade como hoje. A SIC, depois de noticiar no Jornal da Noite um par de vezes que ia para o ar uma reportagem sobre a menina da Sertã, e depois de dez minutos de publicidade, iniciou uma das poucas, se não a única, reportagem imparcial sobre este caso que já vi nos media portugueses. Surgiu a mãe e o pai da criança de cinco anos, a contar versões diferentes de uma história muito mal contada... sobretudo pela mãe!
Ora vejamos as incongruências! Conta ela que estava sentada, à beira de uma estrada, num banco com a irmã, e estranhamente passa um carro com rapazes novos que pararam. Sinceramente não vejo outra razão para além de prostituição. Outro aspecto: ela e a irmã eram ilegais, o que uma gravidez vinha mesmo a calhar. Poderia casar-se com o português de quem tinha engravidado, e assim era muito mais fácil ganhar a nacionalidade portuguesa. Terceiro aspecto: não acredito que ela tenha dado a criança, acredito que tenha recebido algo em troca. Infelizmente esta é uma realidade em Portugal, e quando este caso surgiu, veio a tona outro caso de desaparecimento de um bebé numa maternidade que se descobriu que foi vendida! Mas passou à frente...não era tão importante como o militar que foi condenado por ter em sua posse uma criança a que não lhe tinha sido confiada a sua guarda!
O pior é a defesa quase consensual dos portugueses pelos pais que estiveram com a criança desde há cinco anos. Não os chamo adoptivos porque nem isso eles são! E porque? Porque para eles não há leis em Portugal. Porque, ao contrário de outros casais que estão meses e talvez anos, à espera de conseguir adoptar uma criança, que muitas vezes nem sempre é bebé!, eles dizem que adoptaram em dias! E o papel que a mãe assinou na altura também é uma fraude para mim! Eles sabiam dos trâmites legais por que tinham de passar e não o quiseram fazer. Porque? Porque não era tão simples como um papel assinado pela mãe. Sim!, porque se o pai não quisesse a criança, eles ficariam com ela como se nada se tivesse passado.
É assim! Já não entendo que leis existem neste país. Alguns cumprem-nas à risca e outros ignoram-nas com a maior das facilidades. Como é que a mãe rapta a criança e ninguém coloca telefones sob escuta para a localizar? Será que são realidades que nós apenas vemos no CSI, ou o caso não é urgente? Como é que nunca deixaram o pai verdadeiro ver a criança? Nem uma fotografia... Lá diz o ditado: quem tudo quer, tudo perde!
A criança é a maior prejudicada...e se realmente gostam dela, não tem de pensar de quem ela é, porque é uma pessoa e não um objecto. Frases como a dita pelos avós: "A Esmeralda é nossa!" não tem a mínima razão de ser e não fazem qualquer sentido neste caso. Gostei muito de ouvir o Daniel Sampaio, e daquilo que o preocupa: o bem-estar da criança, sobretudo psicológico! Mais não digo...!
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