Ontem no silêncio de uma noite demasiado calma, lembrei-me de conferir se os meus desejos pensados à meia-noite de 2006 se tinham concretizado. E descobri que muita coisa ficou por dizer e pensar, mas outras aconteceram de forma inesperada, para meu espanto.
Não tinha desejado um ano tão bom em termos de amizade. Sobretudo porque sou muito exigente e facilmente fico decepcionada com a minima atitude (já é bom admitir, não é?), apesar de me passar depressinha. Mas, e olhando para trás, acho que não me posso queixar de ninguém, pelo contrário... o mesmo já não posso dizer dos outros, até porque tenho a perfeita noção que às vezes desligo do mundo real e esqueço-me de que as pessoas também precisam de mim, tal como eu delas! Algo a melhorar em 2007.
Também no amor desejei algo, mas agora passado algum tempo suspiro ao pensar que o desejo não se concretizou. Maldade ou exigência? Talvez ambas, um pouco mais da segunda! Acredito que quando alguém nos "faz mal" (há várias maneiras, não tem necessariamente de nos bater ou injuriar, ou passar para trás... basta viver sem dizer que caminho seguiu, mantendo-nos na ignorância), por mais que gostemos dessa pessoa, acabamos sempre por "odiá-lo" um pouco, e se ela não se esforçar para inverter a situação, ela mántém-se com tendência para piorar. E como é óbvio, depois do mal feito não há volta a dar-lhe, desculpas e justificações são escusadas (se toda a gente fosse assim...). Espero nunca mais o ver apenas para não fingir que sou simpática sem o querer ser, e sem haver nenhuma razão para isso acontecer! Mas também quem me conhece sabe quando estou a fingir... acho! Novo ano, vida nova não é o que se diz?
Nem sempre estamos preparados para algo mais sério ou com planos já definidos sem nos perguntarem se concordamos... às vezes é preferível darmos um tempo a nós próprios para criarmos o nosso próprio caminho, o nosso cantinho, o nosso futuro... e se entretanto o amor surgir devemos agarrá-lo com unhas e dentes. Se não aparecer... continua a ser bom ouvir o silêncio da noite sozinha...! Antes só que mal acompanhada... ou acompanhada sem o estar verdadeiramente!
Família... alguns stresses, mas a relação com o meu pai melhorou, um pouco por ter sentido, "ai ela saiu de casa!"... piorou a distância da mãe. A Sofia está de boa saúde, desarruma a casa toda mas ainda não diz "tia" ou "madrinha", suponho que seja mais complicado que mama, papá ou avó (aba na linguagem sofianesca!).
Os meus animais continuam lindos e continuo a morrer de saudades deles, sobretudo à sexta-feira quando me lembro que os vou ver no dia seguinte. O Pataco "chorou" (chorar à cão, claro) na última terça-feira quando me viu a meter as malas no carro... os gatos automaticamente apareceram do seu passeio matinal para me ver sair (novamente!)... não podia ser melhor esta minha 2ª família!
Outro dos desejos era conseguir ter um bom estágio! Relativamente a isso há um lado positivo e outro negativo. Começando pelo lado bom, fui para onde quis e tenho o orientador que sempre desejei... e mais, ele é melhor e ajuda-me mais do que eu alguma vez tinha sonhado. Portanto até aqui não me posso queixar. O estágio propriamente dito não está a correr como tinha planeado, ou então foi o primeiro mês que foi demasiado perfeito. Só fazemos as sobras, não nos tratam com dignidade (com poucas excepções) e humanismo, mandam-nos fazer o trabalho que mais ninguém quer e não somos valorizadas sequer como seres humanos. Pode parecer estranho porque sou eu que o digo, mas há dias em que saio à porta para fora e a única coisa que me apetece fazer é chorar ou esbofetear alguém. Já para não falar dos dias em que estamos na redacção e não temos nada para fazer... nesses nem consigo descrever o que sinto, nas horas que parecem anos....! E há coisas que nem posso dizer aqui, porque desconfio que nos mexem nos computadores quando vamos lanchar... a curiosidade parece não ter limites por aqueles lados!
Para 2007 apenas vou pedir uma vida profissional! É a única coisa que me interessa neste momento... para além de paz, amor e saúde... aquelas coisas que nos fartamos de repetir todos os anos e por conseguinte se tornam banais, mas que são a mais pura das verdades! Espero que 2007 seja um ano a reter tal como 2006, com coisas menos boas mas com coisas MUITO boas!
P.S.: A ilustrar uma das melhores músicas do ano! Apenas uma...!
P.S.1: Já acabei com uma caixa de bombons... faltam quatro :)
Muito se tem falado das pessoas que saem (ou fogem) do Líbano, mas pouco se fala dos que vão para lá trabalhar. Porque alguém tem de estar no terreno, para contar aos ausentes, o que se passa. Profissionais, uns mais que outros, mas todos louvados pela coragem e sangue-frio que é necessário num cenário de guerra. Julgo que é o limite da carreira de qualquer jornalista, fotógrafo, cameramen.. não há nada mais dificil! Se se conseguir transpor este obstáculo, é possível fazer tudo! Em Setembro de 2000, na Convenção da RTNDA, Christiane Amanpour fez uma brilhante e emotiva defesa do jornalismo. Desse discurso retiro estes parágrafos, para que alguém os entenda, se souber entendê-los: «Disse uma vez a um entrevistador que nunca casaria. E que nunca teria filhos. Quando se tem um filho, disse, temos, pelo menos, a responsabilidade de ficarmos vivos. Isso foi há sete anos. Entretanto, estive casada dois anos e tenho um filho com cinco meses. Mas uma coisa estranha aconteceu, uma coisa que eu
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