Não podem pedir que renegue a minha natureza Aquela que um dia estava adormecida e, de repente, sobressaltou no silêncio da noite e susurrou ao ouvido, "sim, também tens direito a sentir essa magia". Não é aceitável prescindir do que o corpo pede A realidade nua e crua sacode para a vida, sem pedir licença Ditando que amanhã será igual a hoje, sem ter o que a natureza me faz sentir e pedir. Olho para a direita e sei que tenho de seguir, há outras assim Viro para a esquerda e caio por terra, desgostosa do meu destino, do que escreveram para mim Olho em frente e nada vejo, assola-me o medo e escondo-me. Ninguém ouve, ninguém lê nos meus olhos a tristeza, desolação, o vazio Ou não querem saber, Ou acham que é melhor não dar importância para não me fazer sofrer ainda mais. E o que faço com isto? Com este sentimento de repulsa da vida? Sou mulher, quero sê-lo na sua mais gloriosa amplitude. Sei que não posso. E o que faço com esta impotência? E o que faço com esta solidão
Uma menina crescida. Uma mãe. Uma sonhadora. Uma analista disto e daquilo. E os devaneios de todas elas!