Dizem-me que há foguetes e cantares por todo o país porque hoje o calendário dita que é 25 de Abril. E depois? Essa é a minha questão. Até eu, que sempre fui uma revoltada por tudo e por nada, já não tenho forças para festejar esta data porque parece que foi tudo em vão. Pergunto e volto a perguntar: o que mudou? O que ficou melhor? E talvez com um desespero, semelhante ou não ao Otelo, dito que as pessoas não souberam aproveitar o que lhes foi dado. Penso no que sentiria o meu capitão, Salgueiro Maia, se ainda hoje estivesse vivo, e acredito que sentiria a mesma repulsa que eu. Pelo estado do país, pela letargia, pelo modo de viver de uma grande percentagem da população, enfim, por quase tudo. Terminámos com uma guerra que estava a matar irmãos portugueses e a destruir colónias que tinham o direito de ter a sua vidinha. Onde andam esses antigos combatentes? Quantos, hoje, continuam com pesadelos e vidas feridas de combates onde nunca sonharam estar? E, nós, sociedade, quantas vezes no
Uma menina crescida. Uma mãe. Uma sonhadora. Uma analista disto e daquilo. E os devaneios de todas elas!